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segunda-feira, 27 de julho de 2015

Biodiversidade e Conservação da Chapada Diamantina.

Olá!

Segue para vocês, amigos leitores, mais uma leitura muito interessante sobre a chapada diamantina. Tem diversas informações técnicas sobre os mais variados assuntos.

Veja o Sumário:


Seção I - Aspectos gerais

 1.Avaliação ecológica rápida da Chapada Diamantina

2.Unidades de paisagem da Chapada Diamantina - BA

3.Mapeamento de unidades de vegetação e indicação de áreas para conservação

Seção II - Flora

4.Caatinga
5.Cerrado
6.Campos Rupestres
7.Florestas Estacionais Sem deciduais
8.Orquídeas
9.Pteridófitos
10.Fungos


Seção III - Fauna


11.Vespas sociais (Vespidae)
12.Abelhas (Hymenoptera, Apoidea)
13.Besouros (Scarabaeidae e Histeridae)
14.Dipteros Asilideos (Asilidae)
15.Peixes
16.Anfíbios e Repteis
17.Aves 1
18.Mamíferos

Seção IV - Biodiversidade e conservação da chapada diamantina

19.Considerações finais e recomendacoes para conservação


TEXO na ÍNTEGRA
 
http://www.mma.gov.br/estruturas/chm/_arquivos/Bio13_chapada_diamantina.pdf
 




► >>> Selecionei, abaixo, alguns pontos marcantes do texto → →



▬ O Projeto Chapada Diamantina Biodiversidade teve como objetivo  principal realizar uma avaliação da biodiversidade na Chapada Diamantina, visando a indicacao de áreas potenciais para conservação.
  
Para isso, foram objetivos específicos desse projeto:

 
     i) realizar inventários georreferenciados de diferentes taxons da fauna e flora,
 
    ii) analisar e integrar os dados de campo sobre comunidades naturais com as análises de sensoriamento remoto e
 
    iii) promover a divulgação dos resultados.
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A Chapada Diamantina ocupa uma posição central no Estado da Bahia e inclui 58municípios. Essa região é a parte setentrional da Cadeia do Espinhaço, um conjunto de montanhas disjuntas, que se estende desde o Estado de Minas Gerais, em direção ao Norte, até alcançar a calha do Rio São Francisco (Misi&Silva, 1994).

A ecorregião Chapada Diamantina é uma das mais elevadas do Bioma Caatinga, quase toda com mais de 500 m de altitude. O relevo é bastante acidentado, com grandes maciços residuais, topos rochosos, encostas íngremes, vales estreitos e profundos, grandes superfícies planas de altitude e serras altas, estreitas e alongadas (Figura 2). As altitudes variam em geral de 200 a 1.800 m, ocorrendo picos isolados com maiores elevações a exemplo do Pico do Barbado, com 2.033 m.

Na Chapada Diamantina, os diversos tipos de vegetação estão associados com as características fisiográficas. O mosaico de vegetação inclui cerrados, campos rupestres, florestas e caatingas com grande diversidade. Deve-se atentar, no entanto, que a vegetação atual é produto da longa história das lavras na Chapada Diamantina que remonta ao século XIX, trabalhando intensivamente a paisagem da região.

Na Chapada Diamantina, espera-se encontrar áreas de caatinga principalmente nas faces ocidentais das principais serras, onde há sombras de chuva, uma vez que os ventos provenientes do Oceano Atlântico já depositaram a maior parte de sua umidade na parte oriental das serras. Nestas áreas e em vales mais secos, as condições climáticas não são as mais propícias à sobrevivência das plantas das vegetações mais características da Chapada, como os campos rupestres e cerrados. Por outro lado, estando a Chapada cercada pela caatinga, a existência destas condições possibilita a penetração de espécies características desta vegetação, naturalmente adaptadas a condições secas.

O principal fator que determina a existencia da caatinga e o clima semi-arido. A caatinga ocorre em areas tropicais marcadas por uma estacao seca prolongada e uma estação chuvosa curta e irregularmente distribuída no tempo e no espaco.Ototal de chuvas geralmente nao ultrapassa 800mm anuais. Estas condicoes ocorrem, principalmente, em areas de baixa altitude, como e o caso da grande Depressao Sertaneja, abaixo de 500 m s.m. na sua maior extensao. No caso da Bahia, o bioma caatinga ocupa a maior parte das regioes Nordeste e Central do estado, praticamente circundando toda a Chapada Diamantina.
 
Devido a esta predominancia das caatingas em áreas de depressão, não sendo geralmente associada as montanhas, não deixa de ser surpreendente constatar que a maior parte do território da Chapada Diamantina seja revestida por caatinga ou por formações vegetais a ela associadas, pois este macico montanhoso e mais frequentemente associado a vegetacao de campos rupestres nas suas diversas formas.
 
Na região da Chapada Diamantina, o cerrado ocorre de Norte-Sul, em diversos locais situados entre 900 e 1200 m s.n.m. prevalecem os cerrados de altitude que, nas maiores elevações, entremeiam-se com áreas de campo rupestre onde afloramentos de rocha e solos rasos aparecem com mais frequência. Nas altitudes mais baixas, o cerrado é substituído por várias formas de matas secas ou de caatingas. Na porção Norte, o cerrado ocorre de forma mais fragmentada, especialmente nos arredores de Morro do Chapéu. Em direção sul, ocorre, na região de Palmeiras e Piatã, tornando-se mais contínuo entre Mucugê e Barra da Estiva e entre Rio de Contas e Caitité. Nos arredores de Morro do Chapéu, Piatã e Mucugê ocorre um tipo de cerrado localmente conhecido como Campos Gerais ou Gerais (Harley & Simmons 1986) que, neste trabalho, será analisado na região de Mucugê. 

Os campos rupestres compõem a vegetacao mais caracteristica da Chapada Diamantina. Aparecem em altitudes acima de 900 metros ao longo de toda a Cadeia do Espinhaco, caracterizados principalmente pelos afloramentos rochosos associados a uma fisionomia herbáceo-arbustiva sobre solos tipicamente quartzicos (veja Figura 1 para aspectos da fisionomia dos campos rupestres). Nesse ambiente aberto, floradas de Velloziaceae, Melastomataceae e Xyridaceae propiciam um colorido particular a vegetacao, de modo que, junto as cachoeiras e despenhadeiros, os campos rupestres fazem parte integrante do espetáculo cênico que atrai milhares de turistas a região da Chapada.

Orquídeas endêmicas da Chapada Diamantina


Um resultado surpreendente da listagem das orquideas da Chapada Diamantina e o pequeno numero de endemismos. Apenas 10 espécies e dois generos das listagem deste trabalho podem ser classificados inequivocamente como endemicas. Outras sao provavelmente endêmicas, porem de dificil verificacao. Por exemplo, Barb. Rodr. (Figura 1-M) e (Pabst)W.E.Higgins (Figura 2-F) sao duas especies muito comuns e aparentemente endemicas da Chapada, porem Pabst & Dungs (1975) citaram ambas paraMinas Gerais. Da mesma forma Linden (Figura 1-F) ocorre apenas na Chapada e foi citada no extremo norte do Espinhaco mineiro (Grao-Mogol). Duas especies de recentemente estudadas por Silva (2003) seriam endemicas caso reconhecidas como especies novas. Outra espécie provavelmente endemica e (Schltr.) Van den Berg & M.W.Chase (Figura 2-G), porem a localidade tipo mencionada e fora da Chapada e bastante improvavel (Serra de Sao Jose, Feira de Santana). Em buscas detalhadas nesta serra e outras proximas, nao foi possível encontrar-se esta especie nem habitats similares aqueles em que ela ocorre em abundancia na Chapada, o que sugere que talvez haja havido um erro de localidade no espécime tipo. Dentre as espécies consideradas inequivocamente endêmicas, seis pertencem a subtribo Laeliinae, incluindo o gênero monotipico (Figura 1-B). Este e um taxon bastante interessante, com morfologia similar apenas a um outro genero mexicano, . Estudos filogeneticos situam-no como membro de um grupo remanescente de uma das linhagens iniciais da subtribo, indicando especial interesse taxonomico e evolutivo. Além disso, este taxon e conhecido apenas da coleta tipo e um registro fotográfico em outro local, merecendo destaque para conservação.
 

Conclusões

O mapa de Unidades de Paisagem da Chapada Diamantina foi produzido com sucesso pelo método de Avaliação Ecológica Rápida, podendo-se dizer que este método de mapeamento é, essencialmente, uma classificação por sensoriamento remoto apoiada por trabalho de campo baseado em amostragens estruturadas (Sayre , 2000). No entanto, para a elaboração de um mapa de vegetação mais detalhado, são necessárias outras operações a nível de processamento das imagens. Assim, foram escolhidas duas áreas piloto para o detalhamento, comportando a área norte de Morro do Chapéu (Unidades 1, 2, 3 e 4) e região de Lençóis (Unidades 3, 4, 5, 6 e 8), o que será visto no próximo capítulo.

A avaliação do estágio de conservação da Chapada Diamantina foi estimada a partir do mapeamento das Unidades de paisagem e dos dados da caracterização da vegetação pela equipe de flora e do relatório da equipe de fauna, com localização de áreas propícias à deterioração dos recursos naturais e de alvos de conservação.

Dentre as atividades impactantes identificadas, destaca-se:
   
    O uso intenso por atividades agropecuárias,
                           por turismo,
                           por lavra de diamantes e outros minérios e
                           por extrativismo de espécies vegetais ornamentais (sempre-vivas, orquídeas e cactáceas).

O desmatamento é um dos grandes problemas da região e entraves para a conservação da Chapada Diamantina, trazendo consequências diretas para os solos, fauna e flora.

As áreas apontadas para conservação na Chapada Diamantina são críticas face à velocidade com que nelas vem ocorrendo a intervenção humana. Observa-se que, mesmo em áreas já protegidas, como o Parque Nacional da Chapada Diamantina e o Parque Estadual de Morro do Chapéu, a pressão é tão grande que já se percebem os efeitos degradantes. Por outro lado, ainda há áreas com maior grau de preservação.

As áreas apontadas para conservação neste capítulo serão revistas no último capítulo de recomendações, onde, além dos aspectos quantificados, serão levados em consideração os levantamentos de fauna e flora apresentados nos próximos capítulos e em toda área mapeada.


Considerações Finais
 
E imprescindível que as áreas indicadas sejam consideradas de alta prioridade para a criação de novas unidades de conservação, pois elas implicam no aumento da extensão de áreas protegidas e a inclusão de diferentes tipos de vegetação presentes nas Unidades de Paisagem. Indicar estas áreas como prioritárias não significa que esforços para a criação de novas reservas em outras áreas não devam ser realizados. Ao contrario, devem-se buscar estratégias para ampliar a área coberta por unidades de conservação, em cada uma das unidades de paisagem, seguindo os critérios biológicos disponíveis.
 
Recomendações para o futuro.
 
Considerando-se que estudos relacionados a ictiofauna da região da Chapada Diamantina da Bahia estao em etapa inicial, qualquer atitude relacionada a adocao de medidas de manejo e preservacao dos rios dessa região devera, necessariamente, considerar as etapas abaixo:
 
► Implantar programas de pesquisa de longo prazo, com obtenção de series temporais de dados historicos, visando-se permitir uma avaliacao adequada das respostas da comunidade as perturbacoes naturais e antrópicas;
 
► Valorizar a importancia do ambiente em aspectos populacionais da ictiofauna, assim como conhecer as relações tróficas e estrategias reprodutivas da ictiofauna local;
 
► Estimular a implantacao de nucleos de pesquisa locais, voltados para a realizacao de projetos de manutencao da biodiversidade e educacao ambiental;
► Considerar a importancia das matas ciliares e incentivar programas de preservação da vegetacao nativa;
► Regulamentar o turismo ecológico e de aventura em locais como rios, quedas d'agua e corredeiras, assim como nos Marimbus, que já estão sendo explorados de maneira desorganizada e não regulamentada. Esses locais poderiam gerar recursos, se utilizados de forma adequada e fossem bem divulgados;
► Considerar que, além dos grandes rios que apresentam suas nascentes na regiao da Chapada Diamantina, como o Paraguaçu e o de Contas, seus tributarios, assim como outros rios de menor porte da regiao, devem merecer atenção especial em futuros programas de preservação.
 
 
Não deixem de ler! Eu recomendo!
ChapaHouse sua Agência de Turismo em Igatu
 
 
 
 

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